O video de uma das músicas mais esperadas pelos os fãs do CD Born This Way saiu, ontem (01/12/2011), Marry The Night é o 5º single.
Bem, se você é fã, tudo que está ao longo dos 13 minutos de clipe não deve soar como novidade, a não ser o fato dela ter ido parar em uma clínica. Mas, se mesmo assim, você se sentiu perdido durante o video, não se preocupe, esta resenha do clipe Marry the Night trará uma análise completa do que se passa.
A intro, a tal da The Prelude Pathétique, mostra a derrocada de Stefani Germanotta, uma garota que abandona família e escola para tentar a sorte nas ruas de Nova Iorque para se tornar famosa. A cena na clínica traz a fala épica: eu vou conseguir, porque eu não tenho nada a perder.
A intro, a tal da The Prelude Pathétique, mostra a derrocada de Stefani Germanotta, uma garota que abandona família e escola para tentar a sorte nas ruas de Nova Iorque para se tornar famosa. A cena na clínica traz a fala épica: eu vou conseguir, porque eu não tenho nada a perder.
Gaga já havia perdido tudo: a crença de seus pais, o apoio de amigos e o incentivo das gravadoras. É no telefone que acontece em seu quarto que ela enlouquece. Depois de ser demitida e parado na clínica, uma amiga a traz de volta a seu apê, quando sua mãe a telefona e questiona sobre seu talento.
Veja que, depois disso, Gaga quebra todo o local. Essa destruição, que evidencia o florescimento de suas pulsões de morte, elimina a frágil Stefani de cena, livrando-se do passado, deixando a garota do alto de Manhattan, finalmente, de lado. O exorcismo final é quando, obviamente nua, despida de qualquer coisa que a faça se recordar de quem foi, pinta os cabelos, tornando-se loira, tornando-se Gaga. A partir daí, ela parte para a luta.
As cenas do balé retratam seus esforços para tornar-se uma artista completa. Ela vai parar em um teatro, cena final do Prelude. Olha para cima, para seus concorrentes, e parece não se sentir intimidada. Esta cena tem uma visível textura de anos 80, desde roupas até a fotografia. Como que se, para vencer, fosse nos velhos tempos: dependendo apenas do talento inato da sua voz e de seus movimentos. E não de tecnologia.
No início do clipe, ela já dentro do estúdio de dança, fazendo o que parece ser um teste de emprego. Gostoso ver que, apesar de todos serem concorrentes, Gaga ajuda a uma garota que cai. Talvez esse seja um dos segredos do sucesso dela, o de ser humilde.
A cena do carro, muito claramente, diz respeito a sua vida sentimental. Se na letra ela diz que não irá furar o banco do carro, porque é lá onde eles fizeram amor, no clipe Gaga realmente não o fura, ficando com os pés para cima, mas sai do carro e o explode. Auto-explicativo, não?
Gaga ganha às ruas e o sucesso parece eminente. O clipe termina com o break delicioso da música, mostrando cenas em edições certeiras e rápidas da sua transformação em Gaga, das suas marmotagens e loucurinhas, dela chegando em casa com a parafernália toda, da dificuldade que foi tornar-se esse ícone que hoje ela é. Não deve ser fácil ser Gaga em 30 metros quadrados num prédio sem elevador.
E, no final, a grande dica: a cola em sua mão com o endereço da Interscope, gravadora que acreditou em seu potencial e a acolheu. E, então, o desfecho à lá Lars Von Trier. Um quadro dadaísta em movimento, muita dramaticidade em uma câmera lenta, a imagem de uma rainha soberana, uma dama da noite, uma metáfora de poder vinculado ao poder feminino. Sua vitória em chamas vermelhas, representando a força com que conseguiu todos seus feitos.
Com certeza o clipe, em si, está longe de ser perfeito. Mesmo porque, estamos falando de uma diretora em começo de carreira. Sim, Gaga dirigiu o clipe e, ao que tudo indica, deu bons pitacos na edição. Mas é uma nítida evolução. Marry the Night marca, portanto, um grande passo na carreira da Gaga. É um grande clipe, dentro das limitações que temos. E, acredito eu, tem cenas memoráveis que colocam muitos diretores profissionais no chinelo.
Jr. Moreira